quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Vale Ad Bellum





Amarela pálida lua reflete sobre o informe oceano da sua face. Seus olhos apresentam uma escuridão opaca como a que se apresenta no cair da noite. Na velha floresta as folhas de verde decadente delineiam o vento que extirpa seu doce perfume, então devolvo seu corpo a terra e ludibrio-me com amargo vinho olhando rumo ao informe oceano e escutando o silencio da floresta que é mais solidão que paz. Ainda lembro-me dos alvos sorrisos, dos teus olhos fitando o horizonte e isso preenche o vazio, até que recordo o som dos passos, enquanto da floresta saíram os soldados e também você querida, cujo semblante trazia um oceano informe e nos olhos a escuridão opaca como a que se apresenta no cair da noite marcado pelo destino final.   

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Diário de Inverno



Quando se formam as tempestades, minha alma inerte procura os sentimentos perdidos.
Sobre a superfície de um pacifico lago, vejo refletir sua sombra e sua voz soa unida ao vento que vem do mar atrás das montanhas dos pássaros solitários.
Alguém ainda espera por mim, em um lugar, que não posso retornar.
Nas tardes de inverno, meus olhos fixaram-se nos voos dos pássaros itinerantes.
E nesse momento desejei poder voar ao limpo livro do passado onde poderia reescrever minha partida, redesenhar seu triste olhar, perdido no riso apagado pelo amor partido.
Espero que a chuva caia rapidamente, somente para que possa retornar para os campos amarelados pelo outono onde a tinha em meus braços.
Enquanto isso as densas nuvens apenas formam-se, e em minha memoria procuro pelos sentimentos registrados no diário.   
A brisa tênue trás sua voz pronunciando o meu nome, então consigo ver quão grande ainda é a luz em seu coração.
Dentre o bradar dos trovões em clamor a tempestade que ofusca o pôr-do-sol pode-se ouvir os pássaros retornarem, apenas os pássaros, trazendo o seu perfume e sua mensagem.
Finalmente cai à chuva. É o momento de retornar para os campos.
Então o diário se fecha deixando pairar no ar a profecia das vozes inexistentes que nas tardes de inverno narram suas inimagináveis histórias de amor.          

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