Há uma grande ilha de pedra
repousando sobre o oceano castigado pela tempestade das minhas emoções.
As ondas colossais arrancam da ilha grandes pedaços. Sinto-os sendo arrastados pela
corrente forte.
Posso senti-los, pois repouso sobre a ilha de pedra no meio
do oceano, porque os pedaços são do meu coração.
A cada pancada sobre o meu peito, sinto o frio e a cada
arrepio deixo que mais uma lágrima caia.
E cada lágrima, após cada arrepio, criou o oceano onde se
escondem os pedaços afogados do meu
coração.
Uma porta se abre, nela não existe luz, há relâmpagos e
trovões.
Atravesso a porta secreta,
ouço o silencio, e vejo o mar cada vez mais longe.
Finalmente desperto em meu quarto, ainda sinto os pedaços
afundando.
Minhas lagrimas são claras e incompreendidas.
Sobre meu rosto sombreado ainda riscam minha face.
Debruço sobre o papel, olho os relâmpagos clareando a noite.
O sol simplesmente estava longe, tão longe, quando decidi
não chorar lagrimas, quando decidi chorar as poesias perdidas no oceano da minha alma.