segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Vejo e sinto

                                         
Dentro dos seus olhos parados, vejo um céu nublado, onde uma estrela solitária insiste em brilhar.
Vejo na sua face clara, a tristeza de quem chora a soluçar.
Sinto no seu abraço fraco o desespero guardado que nem mesmo um grito colossal conseguiu arrancar.
E dentro desse quarto gelado escuro e bizarro tenta isolar-se.
Matar-se-ia se não fosse pelo beijo amargo arrancado do seu lábio em uma noite qualquer.
Viva a rosa negra como uma noite sem luar.
Viva a rosa vermelha como o sangue que desse do meu peito após beijar-te.
Talvez seja melhor deitar-me nessa cama infecta e cerrar as pálpebras para esperar que ainda essa noite quando estiver embaixo dos destroços um anjo de asas negras venha carregar-me em seus braços para longe das trevas, rumo à ilha esmeralda, ou para onde a luz de sol não possa chegar.
     

   

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