sexta-feira, 13 de maio de 2011

(Sem título)

Tão cansado de caminhar em passos retos, num caminho reto de uma história reta.
Torna difícil a chegada do fim do dia, quando há sempre uma razão para não se sentir bom o bastante.
Memórias vazam das minhas frágeis veias.
Tento retraí-las e prende-las, mas sempre acabo por afogar-me.
O concreto torna-se tão vaporoso elevando-se a imensidão que temo e ainda assim tento alcançar.
E a noite recai a paz, esvai-se o sono tentando compreender toda uma complexidade inútil.
Em seu egocentrismo chora sobre a sorte morta, enquanto a chuva cai lá fora.
As mentiras chicoteiam a serenidade.
A tempestade agrava as mentiras ou as mentiras agravam a tempestade?
Tão cansado de caminhar em linha reta, num caminho reto de uma história reta.
Torna tão difícil a chegada do fim do dia quando há sempre uma razão para não sentir-se bom o bastante.
Nada como a metamorfose do tempo, a efemeridade do momento, para que as coisas nasçam, cresçam e mudem.
Até que brote novamente a lembrança para ser cortada, para ser extinta ou irracionalmente guardada.
No caminho reto de uma história reta.                    

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