segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Oceano de Lágrimas



Há uma grande ilha de pedra  repousando sobre o oceano castigado pela tempestade das minhas emoções.
As ondas colossais arrancam da ilha grandes  pedaços. Sinto-os sendo arrastados pela corrente forte.
Posso senti-los, pois repouso sobre a ilha de pedra no meio do oceano, porque os pedaços são do meu coração.
A cada pancada sobre o meu peito, sinto o frio e a cada arrepio deixo que mais uma lágrima caia.
E cada lágrima, após cada arrepio, criou o oceano onde se escondem os pedaços  afogados do meu coração.
Uma porta se abre, nela não existe luz, há relâmpagos e trovões.
Atravesso a porta secreta,  ouço o silencio, e vejo o mar cada vez mais longe.  
Finalmente desperto em meu quarto, ainda sinto os pedaços afundando. 
Minhas lagrimas são claras e incompreendidas.
Sobre meu rosto sombreado ainda riscam minha face.
Debruço sobre o papel, olho os relâmpagos clareando a noite.
O sol simplesmente estava longe, tão longe, quando decidi não chorar lagrimas, quando decidi chorar as poesias perdidas no oceano da minha alma.  

    
    
     

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